20.11.06

Amantes Constantes


Com um dos melhores inícios de filme que me lembro (devido a um diálogo), “Amantes Constantes” me foi uma bela surpresa. Não que eu esperasse pouco ou muito dele, esperava outra coisa. Tinha em minha mente algo organizado do tipo: filme histórico e muitas cenas de amor. Pensava, então, que essas coisas seriam o foco de toda a história. De uma certa forma são, só que servem mais de fios condutores. Na verdade, principal mesmo quase nada é. Não é dado muito peso a algo específico. Nem mesmo o casalzinho aí da foto pode ser chamado de protagonistas — pelo menos, não como se costuma ver —, até porque os outros personagens também não podem ser chamados de coadjuvantes. O filme é longo e tem um formato mais parecido com uma novela, com partes definidas, como em capítulos; é bom, porque é preto e branco, tem uma belíssima fotografia, mostra essa vontade que os jovens têm de mudar o mundo e revela o amor como combustível.

18.11.06

...

Eu sei que aqui não é o melhor lugar para expor o endereço de um blog que PRECISA ser lido, pois não há o mínimo de visibilidade que eu gostaria que tivesse. De qualquer forma, tá valendo. A ênfase no “precisa” não serve como um favor ao dono do blog — o qual não conheço e nem lembro muito bem de como me deparei com o que lá está escrito —, mas é um favor sim a quem tiver a oportunidade de acessá-lo (me agradeçam depois da visita, por favor). Espero que apreciem as letras alucinógenas. O blog em questão:

11.5.06

Censurado

Lendo o jornal numa segunda de manhã, vi uma reportagem que muito me espantou. Ela dizia que uma exposição foi retirada do CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil), como resultado de uma pressão exercida por camadas da sociedade (principalmente a igreja), que reagiram contra uma obra da exposição que usava um terço religioso em forma de pênis.
Particularmente, acho lamentável como tudo terminou. A igreja tem todo o direito de se sentir ofendida, de protestar e exercer a pressão que quiser. Da mesma forma, a autora da obra (Márcia X) tem o direito de se expressar da maneira que melhor lhe convir. O que não pode é se coibir a liberdade de expressão. Tanto a da artista quanto a da igreja, diga-se de passagem. Pensei que os anos de chumbo no Brasil haviam passado, mas essa moda retrô parece que veio pra ficar.

7.5.06

30 milhões em ação

O prêmio da Mega Sena foi acumulado. São 30 milhões de Reais para quem acertar as benditas 6 dezenas do sorteio do dia 10/05/2006. É mania nacional fazer uma fezinha na lotérica, e quando acumula assim, a fé aumenta recebendo ainda mais adeptos dessa religião (eu sou um deles). Minha mãe, por exemplo, joga religiosamente toda semana desde que eu me conheço por gente. O que eu mais gosto nessa história toda é ficar conversando sobre um assunto sem fim que é “o que você faria com todo esse dinheiro?”. Fico sonhando com tudo que eu poderia comprar, com minha Kombi bicolor, com as viagens que faria com ela pegando jacaré pelo nosso litoral, sonho com uma biblioteca enorme, com o tempo que ganharia para ler todos os livros que teria a minha disposição, com o meu apartamento de Paris, com o da Suíça (eu vi uma reportagem no Fantástico sobre a Suíça e meu deu vontade de comprar um lá, e daí? O dinheiro é meu!), a meia dúzia de verdades que diria ao meu supervisor ao sair pela porta do meu trabalho rindo como se tivesse ganhado na loteria... Eu disse que era um assunto sem fim.

5.3.06

Música independente

Há um tempo atrás, ao visitar uma loja de cd’s, estava passando os olhos nas novidades — nos álbuns que tinham sido lançados —, quando me chamou atenção o do Pato Fu, “Toda cura para todo mal”. Mas o que mais me chamou atenção foi o preço do álbum (R$ 31,00), somado ao fato dele ter sido produzido de forma independente. Logo o do Pato Fu?!
Uma das primeiras coisas que me vem à mente quando se trata de um disco independente, é que o seu preço é mais em conta, porque não sofre a interferência das grandes gravadoras. Um cd com treze músicas, não sendo duplo, feito de forma independente e custando R$ 31,00: totalmente incoerente!
Depois querem que a gente não baixe músicas da internet, chantageiam-nos dizendo que vamos desempregar vários profissionais que trabalham na produção dos cd’s e blá blá blá... Eu não me importo em pagar pelo álbum do artista que gosto, desde que seja um preço justo, que o interesse de se lançar um álbum seja para divulgar um trabalho, ganhar dinheiro com isso (pois não há mal nenhum em ganhar dinheiro), mas que não o utilize para tirar um lucro desnecessário (levando em consideração que o mais importante para uma banda ou artista musical é tocar, fazer show).
A alternativa: há nas bancas uma revista (outracoisa) que fala sobre cultura em geral e que traz, em toda edição, um disco de quem está buscando um espaço no cenário musical. Bem variados e de grande qualidade. Só para exemplificar, o cd mais ouvido por mim no ano de 2005, "nadadenovo", é de uma banda chamada Mombojó, e foi disponibilizado numa das edições da revista por R$ 11,90. Contudo, a conheci através de uma amiga (Bruna Maria), que baixou pelo site da banda todas as músicas gratuitamente.
Fazendo justiça: hoje, o cd do Pato Fu está mais barato. Por volta de R$16,90 (submarino) e R$19,90 (americanas).

20.2.06

O doce veneno


Saiu no Prosa & Verso do jornal O Globo:

“Bruna Surfistinha

O sucesso da ex-prostituta, que lançou há três meses “O doce veneno do escorpião”, uma versão condensada e mais profunda do blog que mantinha na internet, parece não ter limite. Seu livro, lançado pela Panda Books, além de virar filme, está sendo disputado por editoras do mundo todo, da Coréia à Alemanha. Na América Latina, vai ser editado pela Planeta — Bruna será em março um dos destaques do Salão do Livro de Buenos Aires — e em maio ela deve fazer um tour de lançamento pela Itália. Esta semana, o livro superou “Quase tudo”, de Danuza Leão, e agora lidera a lista de best-sellers, com 90 mil exemplares vendidos.”

O que venho escrever aqui é uma questão de julgamento de valores sim. Ora, tudo isso descrito acima é fruto de um livro escrito por uma ex-prostituta que trata de relatar suas experiências, enquanto ainda estava em atividade. E acabo de me lembrar que não existem ex-prostitutas, nem ex-gays, pelo menos era o que meu pai dizia — ou foi um e-mail que me disse isso? Bem, isso não importa. Até porque, não vejo nenhum problema numa ex-garota de programa escrever um livro e fazer uma autobiografia, como se o problema estivesse no fato dela ter sido prostituta. Agora, não quer dizer que esse texto é desprovido de algum tipo de preconceito, porque venho falar sobre um livro que não li, e tecer alguns comentários sem quase nenhum conhecimento do material abordado. Só tive acesso a alguns trechos, mas que corroboram para a minha opinião sobre esse fenômeno de vendas que é “O doce veneno do escorpião”. Uma opinião confusa e que não tem muita forma ainda, mas que reflete alguns questionamentos que tenho a intenção de compartilhar nesse texto. Antes de tudo, o que mais me incomoda nessa história toda é que o livro não passa de um “dei aqui”, “dei ali”, “gozei acolá” etc., que o espaço que ela tem na mídia é enorme, aparecendo no programa da Luciana Gimenez, do Gilberto Barros e outros. Dão espaço para divulgar seu livro e posam como se tivessem fazendo o seu papel para difundir a literatura. E cadê espaço para o pessoal sério, os que fazem literatura de verdade? Ah! Não é de interesse para eles. O pior é que eu entendo. Mas uma pergunta me vem a mente agora: será que os 90 mil exemplares vendidos não ajudam, pelo menos, a promover a leitura no país? Minha resposta vem de imediato quando lembro que, como no cinema, há filmes que não valem a pena serem vistos, pois não acrescentam em nada. Será que num país que não há muitas salas de cinema, que não é exibido muitos filmes, colocar qualquer filme para ser exibido só para que as pessoas possam ter mais contato com o Cinema, seria válido? Acho que não. O que me dá certeza na posição que tenho sobre essa questão é que “O veneno do escorpião” é apenas um produto para acarear maiores lucros. E é nisso que se mantém, não em qualidade literária. É apenas algo que está na moda, como uma música que faz sucesso num verão qualquer.

29.1.06

mais do mesmo

Quem é sambista de carteirinha e acha que já ouviu tudo o que foi escrito e cantado pelos bambas vai se surpreender com a série “Samba guardado”, que estréia na próxima terça, dia 31, no CCBB.
O projeto apresenta, durante quatro semanas, músicas inéditas de compositores como Cartola, Nelson Cavaquinho, Ismael Silva, Elton Medeiros, Nei Lopes e Paulo da Portela. São cerca de 70 composições resgatadas de baús e gavetas, da lembrança de parceiros e de antigos cadernos e fitas cassete. Para interpretar esses clássicos, o time foi escolhido a dedo, com direito a jovens e veteranos. Monarco, Tantinho da Mangueira, Marcos Sacramento, Cristina Buarque e Verônica Ferriani estão entre os cantores que se apresentam no Teatro 2, às 12h30m e às 18h30m. Ingressos a R$ 6 e R$ 3 (estudantes e idosos). O CCBB fica na Rua Primeiro de Março 66.

Mais informações:
http://www.bb.com.br/appbb/portal/bb/ctr/rptg/ReportagemDetalhe.jsp?Reportagem.codigo=2797
Tel: 3808-2020.

fonte: O Globo.